Marvellous/e-escritos


Um convite de casamento.
17/11/2010, 02:05
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Fácil não, viu. Ser madrinha de casamento.

O trabalho maior se dá em torno da entrega do convite. Verdadeira odisséia.

Minha amiga Helena tenta me achar pela cidade mesmo sabendo que não é na melhor cidade do mundo que eu cumpro meu dever cívico de contribuir com o segundo turno. Finalmente, conseguimos encontrar certa sexta feira na rua Augusta. Por ocasião da urgência da entrega, esperamos sob famoso chuvisco de São Paulo, a garoa. Que em breve se tornaria um aguaceiro.

Depois de saborear a mais famosa das especiarias japonesas, abro precipitadamente (?) o invólucro que envolve o convite. Mas gente, isso me pareceu algo mínimo, desprezível quase. Inócuo. Quem é que guarda o invólucro de algo feito de material flexível e quase aderente, chamado de plástico? Rasgo o tal plástico sem noção do que faço e sou então acusada de ter a delicadeza de um elefante. “Ninguém fez isso! Ninguém teria feito!” Pois bem, fui a primeira então. Deixei passar essa. Mas que ela que se lembre de que quem está a serviço dela sou eu. Ou ela crê que ser madrinha não me exige trabalho algum? A começar pelo meu visual que agora terá que ter um capricho redobrado. Tampouco fui defendida pela amiga (?) Mari que me acompanhava no temaki, a tal especiaria japonesa descoberta ao acaso após cuspes no peixe envolto por arroz levado a bordo por marinheiros pelos mares do outro lado do mundo. Ela vira e diz: “tem certeza que ela será sua madrinha?” Tudo bem, tudo bem, deixe vir o próximo convite para madrinha, farei com que ela se arrependa de algum modo. Pode crer.

O próximo drama é chamado fita. Ou laçinho, para as mais dóceis. No caso deste, foi um verdadeiro drama, que quase leva a cabo o relacionamento. Também, quem manda casar com alguns poucos meses de namoro? Também sou acusada de insensibilidade com o laçinho. Uma fitinha de seda, dourada, delicadamente amarrando o tal convite, que eu, a essa altura, e há muito tempo, já sabia do que se tratava. Por que tanta cerimônia, meu Deus? Tudo bem, nunca me casei, só quase algumas vezes, mas bem sei eu que um laçinho tem por função amarrar o convite e nada mais.

Lá vou eu com meu jeitinho de elefante tirar a tal fitinha, que como já relatei aqui, foi motivo de discórdia, mas é aquele lance, quando Deus abençoa um casamento, abençoa mesmo!


15 Comentários so far
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Engraçado, intrigante e motivador senhora madrinha… Gostei!

Comentário por Rodrigo, mas pode chamar de Pudim!!!!!

hey… eu que sofro com minha madrinha desnaturada!! hahahaha love u – babe!

Comentário por Hay & And

Muito boa… O interessante é descobrir que é verídico ahahh

Beijos querida!

Comentário por Jeff

Ohh, Flavinha, isto não foi nada….

Pior foi o susto que levei, pensando que v. ia cometer a sandice de casar !!!!!!!!!!!!!

beijo,

Sebast

Comentário por Sebastião Figueira

Rsrs…
Tião beijos e venha com a família passar o ano novo conosco em Bsb, tá?
Todos com saudades.

Comentário por flávia magalhães

AMIGA SIM!!!
e com todas as letras, senhorita madrinha, com delicadeza de elefante, e diga-se de passagem, umas das melhores amigas do mundo! (sim, sou exagerada, porém, muito verdadeira)

esse post merece muitas recomendações de leitura, e é o que eu farei agora.

o casamento vai ser lindo, até porque, com uma madrinha dessas não teria como ser diferente.

beijooos
lov u

Comentário por Nana, mas a Flá insiste em me chamar de Mari...tá aí, ela pode! rs

Adorei, divertido como são as relações e as expectativas que a gente vive criando, de forma irregular, dos outros, de como eles devem e não devem se comportar, naquele ou naquela cena que a vida propicia. Bom casamento Flá. Divirta-se, porque no fundo é isso o que realmente importa.
Bjocas.
Albe

Comentário por Albenice

sabe puru achei o tom do texto meio agressivo ao tal do casorio da helena….. sua elefante!

Comentário por David Cejkinski

Pô, Dali, agressiva foi ela! Precisava ver! Omiti alguns fatos, como a abertura do convite…
Eu hein.

Comentário por flávia magalhães

Casamentos… Há quem adore, quem não perca um. Se convidado já é uma dureza, imagino a responsabilidade de ser madrinha. A fita deve ser arrancada só por esta responsabilidade, digamos, oferecida, ofertada, imposta? Maior do que isso, só ser madrinha de bebê… Que responsa, heim, dona Flávia? Aguaceiro perto disso é bobagem, ahahah Boa Sorte mesmo, e toda minha solidarnosch…

Comentário por Roberto Pepino

Pois é, viu só Roberto, e ela ainda me chama de desnaturada…

Comentário por flávia magalhães

Adoreiiiiiiiiii o texto, vc escreve muiito bem!
E tenho certeza que sua amiga escolheu a melhor madrinha q ela poderia escolher!

bjo

Comentário por Mari

Brigada Ma!!!!!!
Não sou a única, porém.
Somos cinco!
beijo beijo!

Comentário por flávia magalhães

Seus anos de leitura, de mil e um livros devorados, valeram a pena…
olha, amiga, fico pasma como sempre. vc tem estilo e muito. e escreve bem pra caralho.

Comentário por Joana Praia

rsrs, Jan, que exagero.
Mas gostei do modo como foi enfática.(tenho, e sempre tive inveja disso.)
Kiss, loveu.

Comentário por flávia magalhães




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